Em debate na CBN, Juiz, Economista e Presidente da ACS-PE concordam que salários de PM e Bombeiros Militares não melhoram por falta de vontade política

A diferença de realidades salariais em cada Estado foi levada em consideração durante discussão com participação de Albérisson Carlos nesta terça-feira (2).

Publicado em - 2 de novembro de 2021

Em debate na CBN, Juiz, Economista e Presidente da ACS-PE concordam que salários de PM e Bombeiros Militares não melhoram por falta de vontade política

Presidente da Associação Pernambucana dos Cabos e Soldados, Albérisson Carlos. Foto: Divulgação.

A diferença de realidades salariais em cada Estado foi levada em consideração durante o debate na CBN Recife que teve a participação do Presidente da Associação Pernambucana dos Cabos e Soldados, Albérisson Carlos, o Juiz de Direito da 7a. Vara da Fazenda Pública, Luiz Rocha, e o economista Thiago Monteiro. Um ponto foi unânime entre os debatedores: os baixos salários pagos a Policiais e Bombeiros Militares em Pernambuco é um questão de vontade política. Falta interesse em melhor remunerar os profissionais da segurança pública. O estado hoje tem o segundo pior piso salarial da categoria em comparação com outros estados do Brasil.

Confira trecho do debate:

“É algo que há muito tempo se sabe e nada se faz. Pernambuco oferece o pior salário do nordeste para um iniciante. R$2.819,88 é o piso desde 2014. Não interessa se ele tem mestrado ou doutorado. O risco que um Policial tem em SP é o mesmo de qualquer outro estado. O piso salarial nacional é debatido, mas a união diz que não pode determinar valores salariais para Estados e Municípios, mas a mesma união regulamenta a contribuição previdenciária”, alega Albérisson.

O Presidente da ACS-PE busca para Pernambuco a remuneração por subsídio, direito que já foi aprovado pelo Supremo Tribunal Federal. Trata-se da regulamentação salarial baseada na maior patente. Um soldado tem o salário estabelecido em uma porcentagem do que um coronel recebe. Em Alagoas é feito dessa forma e um soldado em início de carreira ganha mais de R$4 mil por mês.

O economista Thiago Monteiro lembra que o país tem um orçamento destinado para segurança pública que é dividido entre os Estados. Isso já demonstra que a verba existe. O piso nacional seria mais coerente. O Juiz Luiz Rocha também concorda com a determinação de um piso salarial.

“Remuneração e estrutura tem que ser unificado. É preciso qualificação para o policial. Já avançamos nisso. Hoje a qualificação já é maior pelo fato do profissional se preparar para o concurso, mas a remuneração baixa leva a perda desse profissional para outras áreas”, afirmou o magistrado.

Em resumo, salário baixo, escala apertada e excesso de cobrança e fiscalização leva o profissional qualificado ao desinteresse pela carreira Militar. Albérisson Carlos confirma que muitos Militares já entram na PM pensando em buscar outro concurso.

“A estrutura além de ser precária, o Policial em início de carreira tem o pior salário do nordeste. Não é só a vocação, o Policial entra na corporação em busca de oportunidade de emprego. Sem o incentivo financeiro, mais de 600 Policiais pedem para sair da PM todo ano. Ser Policial em Pernambuco é uma questão de vocação. A gente ama o que faz. O Policial vocacionado compra o próprio colete, munições, etc. Isso não é justo”, conclui o Presidente da Associação Pernambucana dos Cabos e Soldados.

Da redação do Portal de Prefeitura com informações da Assessoria de Imprensa. 

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