Publicado em - 30 de dezembro de 2022
Luiz Torres - Presidente da ACS-PE
A tragédia ocorrida no 19° Batalhão da Polícia Militar de Pernambuco, localizado no bairro do Pina, Zona Sul do Recife, em 20 de dezembro, demonstra claramente as dificuldades enfrentadas pela tropa.
Segundo o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, em todo o país, em 2020, 64 policiais cometeram suicídio; em Pernambuco foram quatro. Já em 2021, essa triste estatística teve um crescimento de 55% no Brasil, subindo para 101 casos. Em Pernambuco, sete ocorrências foram registradas.
De acordo com o último Anuário de Segurança Pública, no Brasil morrem mais policiais por suicídio do que em confrontos com bandidos. “Os números cresceram nos últimos anos e o pior é saber que nada foi feito para mudar essa dura realidade”, destacou Luiz Torres.
O caso ocorrido na Sede do 19° Batalhão da PM deixou a sociedade perplexa. Um soldado, que já demostrava sofrer com problemas mentais, atirou contra colegas de farda, logo após matar a ex-companheira, que estava grávida. Foram quatro mortes: sua esposa com a criança em seu ventre e dois oficiais que estavam de serviço no Batalhão. Após o crime o soldado tirou a própria vida.
O Presidente da ACS-PE, Luiz Torres, concedeu entrevista a diversas emissoras de TV. Ele ressaltou a falta de assistência psicológica não só aos Policiais e Bombeiros Militares de Pernambuco, mas também a todos que contribuem diariamente com a Segurança Pública do nosso estado, seja a Polícia Civil, Polícia Penal, Agentes Penitenciários, Guarda Municipal, Vigilantes, Seguranças etc.
“A Polícia Militar de Pernambuco conta com dois psiquiatras e um efetivo que hoje está com cerca de 16 mil homens e mulheres, o que significa 59,3% abaixo do previsto e no Corpo de Bombeiros Militar de Pernambuco (CBMPE) com 2.457, que significa 41% abaixo do previsto. A ACS-PE oferece serviço de psicanálise de forma paralela, mas já temos fila de espera”, afirmou Luiz Torres.
O caso repercutiu em rede nacional e colocou em evidência os problemas emocionais enfrentados por quem trabalha na Segurança Pública.
“Temos um efetivo defasado. Se contarmos os serviços administrativos e as licenças médicas, temos cerca de 3 mil e 500 policiais nas ruas por turno. Isso para cobrir todo o Estado de Pernambuco. Essa sobrecarga prejudica a saúde mental de um PM que ganha pouco e, muitas vezes, precisa vender a folga para complementar a renda”, concluiu Luiz Torres, Presidente da ACS-PE.
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